Áreas degradadas são um assunto repetido nos jornais e debatido já nas escolas. Sabemos que é um problema para o ecossistema, mas normalmente nosso conhecimento só vai até aí, não é? Entretanto, você sabia que é obrigação de várias empresas recuperar as regiões que foram afetadas por elas?
Como este tema requer bastante atenção, vamos explicar tudo o que você precisa saber! O que são, como é o processo para recuperar áreas degradadas, quais os tipos de recuperação e os seus objetivos.
O que são áreas degradadas?
No Decreto Federal nº 97.632 de 1989, a degradação ambiental é definida como “processos resultantes de danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade produtiva dos recursos naturais.” Então, de forma sucinta, as áreas degradadas são aquelas que sofreram deteriorações, sejam elas de natureza química, física ou biológica.
Essas áreas degradadas podem ter sido resultado tanto da intervenção do homem, quanto de ações da própria natureza, como incêndios e enchentes. Mas, por estarem além do limite do processo de regeneração natural dos solos, exigem interferência humana para se recuperarem.
Qual é o objetivo da recuperação de áreas degradadas?
Recuperar áreas degradas é uma obrigação para todos que explorarem recursos naturais, como dita a Constituição Federal de 1988. E, no Decreto 97.632/89 foi instituído o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Esse plano é requerido no processo de licenciamento de atividades com potencial agente poluidor e de degradação do meio ambiente.
A recuperação de áreas degradadas visa sempre fazer com que aquela região que era fértil e produtiva volte, o mais próximo possível, ao que era antes do evento degradante. Por isso, o PRAD tem como objetivo principal a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.
Os benefícios da recuperação de áreas degradadas são muitos, não só a diminuição da emissão de gases de efeito estufa. Esse processo é benéfico principalmente para o dono do terreno. Com a reabilitação, o solo aumenta sua fertilidade e passa a ser produtivo novamente. Assim, há o aumento da capacidade produtiva da terra, maior rendimento na pecuária, redução dos custos de produção e consequente incremento do lucro para o produtor rural.
Quais são os tipos de recuperação?
Há três formas de recuperação de áreas degradadas, conforme você pode ver abaixo:
- Restauração: a área retorna às condições anteriores de forma natural, sendo necessário apenas que o homem elimine o fator degradante;
- Reabilitação: o retorno das propriedades originais não é total, precisando da intervenção humana, pois a natureza já não consegue se recuperar sozinha;
- Redefinição: quando o solo foi muito deteriorado é preciso desenvolver uma alternativa para que a área seja usada de outra forma. Busca-se sempre aumentar o fluxo de serviços e benefícios à sociedade.
A escolha do método dependerá da análise da área degradada, variando conforme as características do solo, grau do impacto na regeneração natural, dentre outros fatores. No segundo parágrafo do artigo 225 da CF/88 está claro que “aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.”
A recuperação de áreas degradadas também pode ser feita por meio de diferentes processos. Os três tipos de técnicas mais usuais são:
- Condução da regeneração natural: a natureza se encarrega de se recuperar sozinha. É necessário a ação humana apenas para possibilitar que o processo natural ocorra sem problemas;
- Plantio por sementes: como o próprio nome diz, é plantar sementes por toda a área degradada;
- Plantio por mudas: é o método mais efetivo, entretanto é o mais caro. Quando plantamos as mudas diretamente na vegetação, a probabilidade de nascer é muito maior.
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Como é feita a recuperação de áreas degradadas?
A primeira etapa para a recuperação de áreas degradadas é eliminar o fator de degradação. Os mais comuns são a mineração, pecuária e agricultura. A partir de então, o solo é analisado, a fim de identificar as condições atuais, o grau de desgaste e as medidas necessárias para sua reabilitação. Com base nesse estudo, são escolhidos os métodos que serão utilizados de modo a recuperar a área e a seleção das espécies arbóreas. É normal escolher mais de dois processos para aumentarem as chances de sucesso.
A área degradada em recuperação passa a ser monitorada de perto e é realizada sua manutenção constante. Avalia-se sempre o seu desenvolvimento e são tomadas as medidas necessárias para se chegar à etapa final: solo recuperado. Nesse momento, aquela região já se regenerou o suficiente para conseguir continuar se desenvolvendo sozinha. O gestor ambiental só precisa protegê-la de mais degradação.
Como você pode perceber neste artigo, a recuperação de áreas degradadas é um assunto que deve ser do conhecimento de todos, principalmente dos gestores de empresas que utilizam recursos naturais. Se isso não acontecer, a degradação ambiental é capaz de se tornar uma grande dor de cabeça para a corporação ou mesmo para a pessoa física.